A questão da sinistralidade laboral e suas repercussões na relação capital/trabalho, intermediada pelo Estado, é o fio condutor que interliga as discussões abordadas neste livro, com enfoque especial nos casos ocorridos durante a ditadura militar e seus impactos sobre a classe trabalhadora brasileira. Assim, constata-se que a promoção do "desenvolvimento com segurança", meta-síntese do regime, tinha um limite claro: a saúde, a integridade física e mental, a sobrevivência dos trabalhadores, reais construtores do "milagre" econômico brasileiro. Partindo da concepção de que os acidentes e doenças decorrentes do trabalho são o auge do processo de exploração do labor e a maior violência contra os corpos e mentes de quem vive do trabalho, o estudo percorre momentos distintos no interior do mesmo processo: ocorrência, contabilização e divulgação dos sinistros, que tiveram aumento exponencial durante o período ditatorial; respostas dadas pelo regime para sanar o problema por meio de políticas que buscavam incutir o "espírito prevencionista" no trabalhador nacional; reabilitação profissional, política previdenciária criada para recuperar os corpos incapacitados para/pelo trabalho, a fim de devolvê-los ao mercado.
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