A saga etnográfica de uma cozinheira no rastro de um grupo de refugiados palestinos recém-chegados à cidade de São Paulo. Para sobreviver, o grupo ergueu suas trincheiras entre os bairros da Liberdade e Bixiga (na Ocupação Leila Khaled no Al Janiah, respectivamente). Al Janiah tomou em pouco tempo jornais, guias de cultura underground e de turismo gastronômico alternativo, revistas e sites nacionais e internacionais, despertando o desejo de ajuntamento de diversos outros grupos sociais. Passou a ser campo de pesquisas acadêmicas e, também, a ser alvo de agressões e perseguições por parte de grupos políticos conservadores, se consolidando como um território de efervescência cultural e política. Em seu interior, a Nakba reativa a força dos movimentos sociais pelo Brasil e pelo mundo, tendo a causa palestina como fio condutor. Gradualmente, o livro envolve o leitor e o convida a passear pelo universo palestino em suas formas mais intensas de luta pela sobrevivência na grande metrópole que é São Paulo. No Al Janiah, a "comida de acampamento" (ou seja, a comida feita nos campos de refugiados na Síria, Líbano e Palestina) é o símbolo da resistência e da memória em torno dos antepassados, e as conversas sobre o refúgio trazem as dores das perdas, mas também evocam a importância das lutas políticas em torno dos direitos dos refugiados e da visibilidade dos grupos subalternizados.
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