O século XX inaugurou um período de rupturas e profundas transformações nas relações entre as gerações e na constituição das identidades dos sujeitos, em especial o feminino. Sob essa ótica, esse livro elege como corpus de análise as tirinhas de Mafalda, de Quino, visto que essa narrativa traz a escrita, o som e a imagem numa única e plural linguagem (verbo-sonora-visual) e, portanto, recupera de modo mais evidente as representações dos sujeitos e do sistema cultural. Essas análises objetivam avaliar como os questionamentos dos antigos valores e as inquietações do mundo de Mafalda se confrontam ao do mundo representado por sua mãe (e Susanita) e contribuem para a formação/firmação da identidade feminina da infante. Diante das narrativas selecionadas, pudemos observar como as representações femininas foram caracterizadas, a partir dos discursos sobre a identidade e seus papéis sociais. Nesse tentame, construímos leituras que nos permitiram interpretar como os quadrinhos trazem, através de sua linguagem característica, referentes culturais correspondentes às formas de pensar, comportar, ser e agir e subsidiam relações densas e complexas da formação e interação humana.