O Jardim de Sophia assenta numa construção ficcional dos espaços da casa dos seus avós paternos, nos quais Sophia passou muitos momentos da sua infância e que inspiraram a sua obra, a Quinta do Campo Alegre, atualmente Jardim Botânico do Porto. O presente livro tem como principal objetivo evidenciar o efeito incitador da narrativa poética de Sophia na criação de uma narrativa técnica que instruiu a representação ficcional e simbólica de um conjunto de espaços do Jardim Botânico do Porto. Estas duas narrativas, a poética e a técnica, que se misturam e se confundem no Jardim de Sophia, levam-nos a organizar o presente texto em duas partes. Na primeira parte apresenta-se uma breve nota sobre o mundo de infância de Sophia com o propósito de nos ajudar a melhor compreender os ambientes e espaços que povoam, de forma explícita ou alusiva, a sua obra poética e ficcional. Na segunda parte, de cariz mais técnico, do âmbito da arquitetura paisagista, sintetizam-se os aspectos principais doprojeto Jardim de Sophia, que reflete prioritariamente sobre o patamar envolvente da casa.