Em 1872 o Grão-Pará assistiu a cerimônia de inauguração do Instituto Paraense de Educandos Artífices (IPEA) com cobertura de diversos jornais da época. Nessa ocasião muitas autoridades se fizeram presentes demonstrando a importância do acontecimento, principalmente para Belém, pois o IPEA tinha o propósito de oferecer aos meninos desvalidos instrução profissional e também atender às demandas advindas do progresso econômico cultural pelo qual a cidade passava graças à borracha. Para contar a história dessa instituição e demonstrar sua importância para a História da Educação no Pará lançamos mão dos relatórios dos presidentes da Província e dos diretores do IPEA, da legislação local, das minutas de ofícios e também das reportagens de periódicos que circulavam na cidade de Belém à época. Essas fontes revelaram, dentre outras coisas, que o atendimento aos desvalidos na Província do Grão-Pará, em fins do século XIX, teve no Instituto sua principal política coadunando-se com outras quese configuraram em instrumentos de consolidação dos ideais iluministas produzidos na Europa, materializados no projeto civilizador de transformar índios e mestiços em cidadãos "distinctos e morigerados".