O estudo analisou as percepções da Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) de 715 professores do Magistério Superior de duas universidades federais brasileiras. Avaliou-se os seguintes fatores e indicadores de QVT: sentido do trabalho e sentido no trabalho; bem-estar e sofrimento psicológico (burnout); estresse relacionado ao trabalho; equilíbrio vida-trabalho; horas de trabalho e cargas de trabalho. Empregou-se uma abordagem quali-quantitativa e a coleta de dados foi dividida em três etapas: a) pesquisa documental; b) questionário eletrônico; c) grupos focais. A precarização do trabalho dos docentes investigados está associada a três elementos principais, que definimos como o Tripé da Precarização do Trabalho Docente Universitário, formado por: produtivismo acadêmico; excesso de atividades burocráticas e trabalho administrativo; condições inadequadas de trabalho. A dinâmica de funcionamento desse Tripé possui um efeito nocivo na saúde dos docentes e na qualidade do trabalho que eles desenvolvem. O contato com os alunos configura-se como fonte de prazer/realização, ao passo que as relações interpessoais com os colegas docentes são fatores dificultadores na realização do seu trabalho.