O presente texto resulta de um conjunto de dados e materiais recolhidos entre 1997 e 2007, no Dombe-Grande, município da Baía Farta, província de Benguela, em Angola, aquando da nossa estadia em serviço de um operador não estatal, aplicando métodos de desenvolvimento comunitário, com particular incidência os sociológicos, históricos e antropológicos. Na altura, julgava-se imperativo conhecer a realidade envolvente para uma actuação participativa. Identificou-se o contexto começando por se estudar os aspectos relativos à toponímia, etnonímia, antroponímia e zoonímia, por constituírem os pontos-chave para a interpretação das dinâmicas endógenas, aproveitando delas a elaboração de instrumentos de trabalho exigidos. Através dos dados da oralidade, esclarecemos que os materiais e informações produzidos na época colonial, hoje de uso frequente, defendendo que o mundombe são extemporâneos. Consequentemente, informações contrárias recolhidas neste contexto, mostram não serem totalmente desconhecidas, uma vez grupos vandombe convergem na localidade falando a língua umbundu, mesmo divergindo em termos identitários.