Este livro apresenta as reflexões de uma pesquisa histórica que tematiza a organização do movimento espírita no Estado do Rio Grande do Sul, elegendo como objeto de análise a atuação da Federação Espírita do Rio Grande do Sul (FERGS), entre os anos de 1934 e 1959. Adotando como fonte de pesquisa o periódico "A Reencarnação", entre outros elementos documentais, identifica-se e reflete-se sobre suas propostas de organização institucional e doutrinária, considerando-se o relacionamento da entidade e do espiritismo com outros agentes sociais e sua inserção no campo religioso. O estudo aponta para uma série de iniciativas desenvolvidas ao longo deste período, centradas na difusão do espiritismo, na normatização de discursos e práticas rituais e na definição de formas de atuação no espaço social. Afirmando-se como uma instância de representação capaz de resguardar o espiritismo e seus praticantes dos constrangimentos legais, bem como das oposições advindas dos campos médico e religioso, a FERGS e sua proposta de organização institucional emergiram neste período como uma consistente via para a difusão e consolidação do espiritismo na sociedade sul-rio-grandense.