Esta dissertação contempla a relação criador-personagem nas narrativas "São Marcos" e "Sarapalha", de João Guimarães Rosa, à luz da teoria arquitetônica de Mikhail Bakhtin, apresentada na obra Estética da Criação Verbal. A arte criativa rosiana é comumente tratada como um grande mistério em razão da novidade linguística, no plano do vocabulário, da sintaxe (construção das frases) e da melodia das frases. Em Sagarana, três paratextos a iniciam, perseguindo os três mistérios da criação rosiana: identidade do autor, obra e processo de criação. As novelas em Sagarana foram escolhidas com o intuito de analisar as peculiaridades da relação do autor com as personagens. Então foi selecionada uma narrativa que privilegiasse o diálogo (Sarapalha) em 3ª pessoa, e outra, que privilegia o discurso em 1ª pessoa (São Marcos). Em ambas, podemos ouvir o eco da vida e escutar os gemidos da mãe terra, sobretudo pela relação amorosa que o Autor-criador celebra com a paisagem sertaneja.