No tratamento de radioterapia, além da deposição de dose no tumor, ocorre a indesejável deposição de doses em órgãos sadios. O grande problema acerca dessas doses é a provável geração de danos nesses tecidos, podendo até mesmo ocorrer a indução de novos focos de câncer. Com a utilização de energias acima de 7 MeV, não apenas os fótons geram essas doses indesejáveis mas, também, os nêutrons, pois acima desse limiar de energia ocorre a produção de nêutrons na interação dos fótons com materiais de alta densidade como tungstênio e chumbo, presentes no próprio acelerador. Os nêutrons são de particular importância devido a sua Efetividade Biológica Relativa (RBE) a qual é estimada através do fator de ponderação da radiação (wr) que depende da energia do nêutron. O nêutron pode ser de 2,5 a 20 vezes mais biologicamente prejudicial do que os fótons. Com base nisso foram calculadas as doses efetiva e equivalente devido tanto a fótons como a nêutrons nos tecido sadios. Foi utilizado um feixe de 15MV num tratamento convencional de câncer de próstata e os fatores de ponderação da radiação e do tecido recomendados pela ICRP-103.