A ideia de que o suicídio não se esgota em si, mas quer comunicar, confere a este ato uma dimensão social para além da sua catalogação como simples "doença social" e franqueia à sua análise elementos típicos do universo teatral, como cena, cenário e espectadores. Mapeando e investigando os palcos e roteiros de interrupção da vida na cidade de São Paulo, a obra desvenda os usos e a caracterização dos espaços da metrópole à espera de significados. O livro propõe uma fecunda reinterpretação contemporânea do clássico O Suicídio, de Durkheim, que apontava as "normas sociais" como ordenadoras ou desordenadoras da relação social com a vida. Publicado pela editora Fap-Unifesp, O Suicídio como Espetáculo na Metrópole congrega diversas áreas das humanidades, como história das mentalidades, sociologia, antropologia urbana e urbanismo, que, além de fornecerem arcabouço teórico, encaminham o problema para sua abordagem no contexto urbano, na intersecção da saúde pública com as ciências sociais, propondo incorporar o caráter teatral do evento e abrindo um novo leque de questões. Fernanda Cristina Marquetti é professora do Departamento de Ciência do Movimento Humano, da Universidade Federal de São Paulo, campus Baixada Santista. É doutora em Saúde Pública pela Universidade Federal de São Paulo e coordenadora do grupo de pesquisas "Percursos Suicidas, Sociedade, Cultura, História, Trabalho e Saúde".
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