Dissertação para obtenção do grau de Mestre em Teoria Psicanalítica na UFRJ (2001), este trabalho busca circunscrever uma função para a angústia na clínica psicanalítica a partir da formulação freudiana do sinal de angústia e das contribuições de Jacques Lacan que situam esse afeto no campo das relações do sujeito com o desejo do Outro. A realização do desejo inconsciente no sonho, o suporte da fantasia e a angústia como o último termo em que o sujeito se ancora no desejo do Outro, são as coordenadas para pensarmos que o manejo desse afeto numa análise não é contingente, mas determinante na possibilidade de enunciação do desejo. A partir da incidência do desejo do analista na temporalidade que a experiência da angústia instaura (em sua dimensão de "Erwartung"), é aberta ao sujeito a possibilidade de antecipar-se como desejante, razão primeira de uma psicanálise.
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