A Última Sessão é uma narrativa onde ricos e pobres coabitam numa São Paulo caótica e violenta, mas também humana; a periferia e os Jardins são cenários fundamentais para a condução dessa tragédia urbana, onde todos, não importando o status social, irão cruzar o caminho de Guilherme Fronteira e serão coadjuvantes de um enredo digno de um filme de horror.A cidade de São Paulo estava caótica em seu movimento diário. As pessoas iam e vinham, apressadas, por todas as ruas e vias. Edifícios imponentes e desordenados, grudados uns nos outros, sombreavam as ruas e os telhados de algumas casas, que ainda teimavam em sobreviver à fúria do tão cantado desenvolvimento e da caótica expansão imobiliária. Nas grandes e extensas vias, os protagonistas eram os carros e os ônibus, despejando o letal dióxido de carbono para dentro dos pulmões de seus habitantes, sem o menor prurido. Os congestionamentos faziam parte dessa roda gigante horizontal, que parecia estar emperrada, como se nunca tivesse se movimentado um milímetro sequer, desde os primeiros tempos de sua criação.