Esta obra traz algumas das disputas existentes no campo pentecostal. Disputas alojadas nas atuações de homens e mulheres e seus papéis específicos regidos pelo binarismo masculino/feminino encontrado na ideologia de gênero dentro da estrutura de poder pentecostal assembleiano tem como ponto central das análises, as relações conflitantes entre lideranças pastorais masculinas e mulheres não ordenadas ao sacerdócio que se utilizam de práticas mágicas para a oferta de serviços/soluções no meio das igrejas. Estas mulheres se tornam ameaça à ordem hierárquica da congregação onde fazem parte. Salientando que grande parte dos fiéis assembleianos é constituída por mulheres, no entanto, são poucas as que reivindicam o direito ao sacerdócio, opondo-se à liderança patriarcal. Para descrevermos os papéis de tais mulheres nos utilizamos da criação de tipos ideais. De antemão, podemos mencionar que o domínio masculino sobre o privilégio de liderança dentro das Assembleias de Deus, tem legitimação nas crenças, não só por homens, mas também por mulheres, em passagens bíblicas patriarcais. Os hábitos pentecostais são os principais controladores das condutas femininas nas igrejas assembleianas.