A Presidenta da República, Dilma Rousseffe, assinou um decreto (8.244/2014) que institui o Plano Nacional de Participação Social, cujo objetivo é fortalecer e articular as instâncias democráticas de diálogo e atuação conjunta entre Administração Pública e Sociedade Civil. Na sequência, iniciou-se uma intensa campanha nos meios de comunicação e no Congresso Nacional contra o referido decreto. Tanto a assinatura do decreto quanto a reação por ele suscitada oferecem elementos para questionar os sistema representativo do nosso país, exercido exclusivamente pelos partidos, e o papel da sociedade civil na intensificação da democracia. No centro das disputas, encontra-se a própria noção de representação e sua relação com o governo democrático. Procuramos explorar essas questões a partir de uma investigação de base fenomenológica sobre os modos como a sociedade civil organizada concebe e articula seu papel como representantes da sociedade, a partir da experiência do Conselho Municipal deSaúde de Recife (2006-2007).