Há milênios civilizações históricas expressam conceitos que não enfatizam apenas deuses, demônios, espíritos e outras entidades personificadas como responsáveis pelos acontecimentos no mundo, mas também a ideia de ordem cósmica, como o Tao chinês, o Rta védico e o Dharma indiano. No Ocidente concepções hebraicas e gregas permitiram a expressão da doutrina judaico-cristã do Logos transcendente e incriado, imanente à Natureza nas razões de ser (logoi) das criaturas. Até meados do século XVIII as leis da Natureza poderiam ser compreendidas como análogas aos logoi, pois ainda evocavam sua origem transcendente. O estudo histórico comparativo da ideia de ordem cósmica demonstra que incidências comuns a certas culturas não se manifestam em outras da mesma forma, pois a fenomenologia é colorida pelas contingências de tempo e lugar de cada sociedade. Essas ocorrências podem ser sintetizadas em características significativas da ordem cósmica: ela é a substância da estabilidade do universo, o fundamento das instituições sociais e do Direito, a integração de dois princípios complementares; manifesta-se com naturalidade e transcende a linguagem linear discursiva. Julio Cesar Assis é mestre em história pela USP (Universidade de São Paulo).
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