Em um verão escaldante do final da década de 1970, um sacerdote desconhecido chega a uma pacata e pequena cidade do interior do Rio Grande do Sul para ocupar o cargo de missionário da comunidade. Ao se estabelecer numa região afetada pela expansão da monocultura da soja, o novo vigário, com seu olhar intensamente aguçado e observador, passa a conhecer com profundidade os costumes, as particularidades e os mistérios que cercam a comunidade, composta e com origem ligada, inclusive, com povos indígenas Ao mesmo tempo em que Padre Anselmo se encanta com os moradores da região, um mistério começa a afetar o dia a dia da população: são os morcegos de papel que começam a aparecer durante a madrugada, em lugares da cidade cuidadosamente escolhidos. Tais morcegos carregam mensagens instigantes sobre situações e pessoas específicas e é, então, que o alvoroço se inicia. Nesta obra, o leitor poderá contar com imersões, sejam elas a respeito do enredo envolvente, cujo cenário se estabelece a partir de fatos históricos, sejam elas a respeito dos múltiplos sentimentos ocasionados pelo tecer da narrativa. Há de se frisar, entretanto, que a leitura da história disposta entre as margens não é recomendada a leitores rabugentos, pois, devido à alta dosagem de humor, ironia, e surpresas, pode acabar ocasionando o aparecimento de rugas e marcas de expressões.