Em tempos de discursos regionalistas em meio ao consolidado processo de globalização, entender esta imbricada relação local-global tornou-se um instigante desafio intelectual. Abordar esta questão pelo viés do patrimônio imaterial é um dos temas-suporte deste livro. O recurso discursivo do "autêntico", representado pelos elementos culturais populares, é uma constante nos discursos regionalistas que tentam, dentre outras coisas, demarcar e delimitar identidades. Esse uso colocou tais elementos e seus agentes em circuitos antes improváveis. É neste contexto que esta obra procura entender o que ocorre nas relações sociais de um grupo de pequenos agricultores do interior da Paraíba no momento em que estes levam aos palcos uma manifestação cultural antes restrita à sua intimidade social. No texto o leitor ou leitora conhecerá o Coco de Roda e o Coco de Mergulho, também chamado Coco Furado, dançados pelos moradores da zona rural de Queimadas, município do agreste paraibano.