Compreender a reprodução social da agricultura familiar exige uma constante re-conceituação do termo. Do desenvolvimento agrário à nova ruralidade, novos arranjos se formaram tanto na organização dos mercados, no desenvolvimento tecnológico e na legislação. Dentro desses cenários as famílias rurais procuram definir suas escolhas. O meio rural transforma-se em um espaço cada vez mais heterogêneo e diversificado e a juventude é afetada de maneira mais dramática por essa dinâmica de diluição das fronteiras entre os espaços rurais e urbanos, associada com a falta de perspectivas para que vivam da agricultura. Os jovens cultuam laços que os prendem ainda à cultura de origem, ao mesmo tempo em que percebem sua autoimagem refletida no espelho da cultura urbana. Estão situados em meio a uma cruzada que ainda os prende à família e, à escola, entre o início da vida profissional e o casamento, entre a dependência e a autonomia econômica.