A morte e as práticas que envolvem o seu acontecimento têm sido objetos de observação e descrição por diversos autores. Entre os grupos indígenas brasileiros, os rituais fúnebres e os enterramentos se apresentam como uma das instituições relatadas e documentadas por viajantes, cronistas, missionários, indigenistas, historiadores, arqueólogos e antropólogos. Porém, é só a partir dos anos 70 do século XX que o tema adquiriu centralidade na descrição etnográfica propriamente dita e o rito funerário passa a ser observado dentro de uma cultura concreta. Este trabalho, resultado de minha dissertação de mestrado em Antropologia Social, foi realizado a partir de uma ampla revisão bibliográfica que permitiu uma aproximação entre rituais funerários de duas grandes tradições indígenas brasileiras: Jê e Tupi. Conceitos como mudança, tempo e história são centrais, onde temporalidades diferentes se encontram a partir da aproximação de enterramentos históricos e pré-históricos. Buscando respeitar as especificidades e complexidades culturais inerentes não somente a tradições, mas a sociedades específicas - que se evidenciam na relação entre os rituais funerários, cultura material e escatologias -, é no conjunto dos dados que se encontram contrastes sistemáticos ou proximidades nos padrões de sepultamento e concepções escatológicas dessas duas grandes tradições culturais. Por fim, o trabalho buscou também colaborar com o diálogo contemporâneo entre Etnologia e Arqueologia.
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