Pretende-se com este estudo apontar os desvios de focalização narrativa e seus efeitos após a adaptação do livro, tendo como fio condutor a atuação do narrador na construção das fábulas romanesca e fílmica. Para explicar a linearidade narrativa do texto fílmico, consideramos a hipótese da instauração de um narrador com ângulo de visão fixo nos fatos, obtido por meio da câmera, ou seja, no filme, a imagem e a voz expõem os pensamentos, sentimentos e percepções de Máiquel.. A partir dessas perspectivas, procuramos analisar os dois textos utilizando os conceitos teóricos de Friedman (1967), Bourneuf (1976) e Genette (1989), para avaliar o papel do sujeito da enunciação na trama narrativa do romance e do filme. A transposição fílmica foi analisada à luz das teorias de Benjamin (1983), Campos (1992), Einsenstein (2002) e Pudovkin (2003), com o objetivo de abordar aspectos que expliquem a subjetividade da narrativa fílmica e como essa nova narrativa foi configurada, visto que consideramos o filme uma re-criação do romance.