A Arqueologia é uma ciência que se propõe a uma tarefa ousada e difícil: tentar fazer os mortos falarem. Ela é a análise dos vestígios deixados por grupos que viveram em certa área. As práticas mortuárias fazem parte disso. Trazemos um levantamento de vários lugares dos mortos que a Arqueologia considera como Tupinambá e Guarani de regiões que hoje fazem parte dos estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul, Paraná e Rio de Janeiro. Também fizemos um compêndio de gestos e práticas em relação aos mortos, a partir da leitura de fontes etno-históricas e da análise de contextos arqueológicos escavados ao longo de quatro décadas. Isso nos permitiu construir um quadro de onde, quando e como certos grupos sepultavam seus mortos, o que não apenas traz à tona uma rica e complexa relação entre vivos e mortos, como também nos possibilita saber onde esses grupos habitaram antes da chegada dos colonizadores europeus, quais as semelhanças e diferenças entre eles no tocante às práticas mortuárias e como essas práticas se mantiveram e se alteraram com o tempo. O objetivo principal desse estudo é trazer à tona esse aspecto fundamental da vida, que é a morte, para tentar fazer os mortos falarem e nos contarem o quanto as culturas indígenas do Brasil são ricas e podem ter muito a nos ensinar, e que, longe de serem coisa do passado, são um presente que precisamos conhecer melhor e nos aprofundar em seu universo, para que assim possamos dar a elas o devido valor e respeito.
Dieser Download kann aus rechtlichen Gründen nur mit Rechnungsadresse in A, B, BG, CY, CZ, D, DK, EW, E, FIN, F, GR, H, IRL, I, LT, L, LR, M, NL, PL, P, R, S, SLO, SK ausgeliefert werden.