Perder é um acontecimento recorrente na vida do ser humano. Dentre as perdas, há as simbólicas (oportunidade, juventude, beleza, etc.) e outras mais significativas, como a perda por morte. Apesar deste constante contato com perdas no cotidiano, a perda por morte ainda é algo que desafia a condição humana e, além disso, pode ser mais provocadora quando se trata da morte de um filho que, convencionalmente, viveria além dos pais. Por se tratar de uma ruptura no curso "natural" da vida, essa pode gerar desestabilização nos sentimentos e na vida diária dos enlutados, gerando sentimentos de dor e ao mesmo tempo de impotência diante do fato. Neste estudo é abordado o processo de elaboração da perda de pais que tenham perdido filhos em idade adulto jovem de modo repentino. A pesquisa buscou verificar como decorreu o processo de elaboração do luto, os momentos antecedentes, presentes e sentimentos precedentes ao acontecimento, buscando averiguar como esses pais se reajustaram à vida após esta ruptura. A perda de todos os sujeitos entrevistados ocorreu em tempo superior a dois anos. Dedico essa leitura a todos aqueles que conhecem a dor de um aniversário que não se cumpre...