Partimos aqui de uma investigação sobre as relações entre o discurso capitalista e a mutação do sujeito freudiano, o dividido, que se depara com deslocamentos e a desordem das condições concretas exigidas ao trabalho de subjetivação, no contexto do objeto em ascensão; da prevalência do imaginário. A base desse processo sustenta-se na dessimbolização como efeito da forclusão do significante promovida pelas neodemocracias liberais, a partir da década de 70, com a virada neoliberal do capitalismo. Com a fragmentação e mudanças do simbólico, a estrutura ternária da língua, cede seu lugar à prevalência do binarismo. Daí observa-se a retirada do lugar de exceção, da transcendência, referente à função paterna equivalente às leis da linguagem que são inconscientes. Nosso problema consiste em analisar o modo como o discurso capitalista, desregulando o gozo, faria emergir um tipo de sofrimento psíquico, no social, decorrente da oscilação entre o desmentido e a forclusão da castração causando a miséria do sujeito.