"Se, por um lado, o projeto moderno de mundo tem na liberdade um dos seus valores fundamentais, por outro, o que ele despreza é justamente o tipo de liberdade que a tarefa do historiador amplia: as fundações da liberdade moderna, iluminada, são construídas sobre o esquecimento do passado para o progresso. Já a proposta da razão anamnética é capaz de ampliar o espaço da liberdade de escolha entre diversos mundos possíveis no futuro, mas de uma maneira diferente daquela conhecida por progresso. Trata-se de uma liberdade atenta ao passado, para um progresso atento ao futuro. Uma liberdade e um progresso, portanto, menos livres no sentido de que têm mais compromissos e amarras com o passado, porém mais livres no sentido de que suas escolhas são mais bem informadas e autoconscientes".