Este trabalho acompanha o modo pelo qual Martin Heidegger supera a proposta de uma antropologia filosófica a partir do seu projeto de ontologia fundamental. A antropologia filosófica que tem em vista é a de Max Scheler, e o problema específico do qual parte é o de constituir uma ideia unitária do homem. Através da analise da existência, Heidegger mostra que tanto o objeto determinado pela antropologia filosófica, o homem, quanto o modo de conduzir a pergunta sobre ele, exercem-se dentro do âmbito da metafísica tradicional e, em decorrência disto, não são capazes de oferecer a unidade almejada. A antropologia filosófica evidencia, em seu modo de indagar sobre o homem, um caráter indeterminado por ela ignorado, considerando tal indeterminação como um obstáculo a ser superado. Contudo, o obstáculo da indeterminação se verte em via fenomenológica de acesso à questão, desde que considerado pela unidade estrutural do Dasein. A questão da unidade revela a ideia de homem exclusivamente entretida em meio ao ente, e por isso incapaz de explicitar suas condições de possibilidade.
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