O presente livro apresenta algumas questões que envolvem a trajetória de Eça de Queirós na construção de sua atividade literária ao longo da segunda metade do século XIX, analisando o projeto de modernização de Portugal utilizado pelo escritor, a fim de cumprir o seu propósito inicial, anunciado nas "Conferências do Casino": "regenerar" Portugal através da literatura, cujas marcas principais são a denúncia e a intervenção. A partir da análise de textos, produzidos entre os anos de 1871 e 1888 indago sobre o papel do intelectual exercido por Eça deQueirós. Por intermédio da crítica mordaz da primeira fase, associdada à fina ironia dos seus romances mais maduros, Eça inaugura o romance moderno português, como parte do seu projeto de tornar Portugal uma nação reconhecidamente europeia. O riso sarcástico, a ambiguidade e a galeria de tipos reconhecidamente portugueses são marcas de seu estilo, e constituem ferramenta fundamental para a evidência do seu papel como intelectual das letras em Portugal no século XIX.