Este livro baseia-se em minha pesquisa de mestrado (PPGHC/UFRJ, Rio de Janeiro, Brasil)e apresenta um estudo comparativo entre o discurso de identidade pró-helênico propagado pelas elites ptolemaicas e uma realidade quotidiana bastante dinâmica, presente nas relações interculturais ocorridas entre as populações grega/helenizada e egípcia durante o período helenístico. O foco da análise concentra-se nas atividades quotidianas desenvolvidas na zona rural (ou "Chora"), levantando como estudo de caso a realidade dos colonos nativos e estrangeiros do fértil e próspero Nomos Arsinoíta (moderno El-Fayum). Ao comparar-se discurso de identidade e prática quotidiana, pode-se compreender o desenvolvimento espontâneo e imprevisível de uma identidade ciosa de sua herança tradicional, e não obstante, profundamente tolerante ao novo, em um contexto de diluição gradual da própria noção de "outro" que uma sociedade cosmopolita como a egípcia helenística desenvolve ao longo das gerações de interação constante.