O objetivo deste livro é aproximar alguns recursos e efeitos de linguagem presentes na estrutura narrativa de Eu hei-de amar uma pedra, a elementos que compõem o discurso neobarroco, a fim de revelar certas correspondências que configuram um espaço de representação de ideias norteadoras do pensamento contemporâneo, independentemente das marcas históricas relacionadas ao período do século XVII. Publicado em 2004, o décimo sétimo romance do escritor português António Lobo Antunes (1942-), base deste trabalho, entrelaça tempos e vozes a um universo poético que se pretende, também, vincular ao procedimento de construção da música barroca, interligando artifícios estruturais que apresentam certa semelhança na composição de ambas as expressões artísticas.