Este livro pretende analisar a premissa arendtiana de que a categoria de meios e fins não é uma categoria política. Busca mostrar que a recusa de Arendt em aceitar essa categoria no âmbito político não significa negar que a ação tenha propósitos e objetivos específicos, mas sim que a independência em relação a propósitos e fins intencionados é constitutiva da ação. Para tanto, analisa a crítica arendtiana ao utilitarismo, para em seguida abordar a noção de grandeza da ação no pensamento arendtiano, partindo de uma analogia com a noção de beleza na esfera da arte. Retoma ainda duas análises de Arendt de ações propriamente políticas, com a intenção de mostrar a natureza da ação: sua capacidade de transcender motivos e objetivos. A idéia central é que a ação, segundo Arendt, baseia-se na pluralidade humana e que a possibilidade de manutenção dessa pluralidade (que só se manifesta através da ação) é a fonte da sua especificidade. Esta obra é direcionada a estudantes de filosofia e política e demais pessoas interessadas em compreender o pensamento de Hannah Arendt.