Esta obra apresenta as controvérsias entre as perspectivas teológicas liberal e fundamentalista ocorridas no âmbito da Convenção Batista do Sul dos EUA (SBC), iniciadas na década de 60, com seu ápice na década de 80 e desdobramentos que resultaram na cisão da referida Convenção no final do século XX. A SBC é a maior denominação do cristianismo protestante do mundo, com cerca de 16 milhões de membros e poderosa influência nos ambientes religioso e político norte-americano. Os conflitos intra-denominacionais tiveram como alvo o controle dos recursos e direção ideológica da SBC. De um lado estavam os fundamentalistas, que defendiam a Bíblia como inerrante e entendiam que a tendência modernista presente na denominação era um grande mal a ser extirpado. Do outro, se encontravam os liberais, que valorizavam a abordagem histórico-crítica às Escrituras, a teoria da evolução, a filosofia existencialista e o estudo das religiões comparadas. A diferença entre estas perspectivas teológicas tornou a convivência no mesmo ambiente denominacional inviável, gerando um conflito que veio a culminar com a emergência fundamentalista ao poder na SBC, destituindo os outrora bem estabelecidos liberais.