As imagens de síntese, produto das neotecnologias digitais, tornaram-se, nas últimas décadas, fonte inesgotável para exames e críticas de toda ordem, seja por apontarem a tensão entre cálculo e imaginação, certeza e imprevisibilidade; seja porque parecem anunciar uma reformulação peculiar dentro da ordem da representação. A imagem aparentemente deixou de ser signo para tornar-se objeto do conhecimento. Em função dessas considerações, esta obra teve como objetivo geral analisar as relações existentes entre imagem de síntese, fé perceptiva e mímesis na configuração discursiva de obras cinematográficas contemporâneas, tencionando perceber em que medida essas imagens instauram novos modos de ver e de se relacionar com o mundo. Para tanto, foram investigados e analisados três filmes desenvolvidos a partir da década de 90: Matrix (EUA-1999); Minority Report (EUA-2002) e V de Vingança (EUA/Alemanha-2006); todos compostos por imagens sintéticas. Para monitoramento das inferências realizadas, utilizou-se o filme 1984 (Inglaterra-1985) como filme controle , visto não ser ele desenvolvido com os mesmos recursos tecnológicos dos demais.