Considerada mãe, tia ou irmã uterina (prima) do Rei/Chefe, a Rainha Mãe é considerada a pessoa mais próxima genealogicamente do ancestral comum. Verdadeira dona do trono, ela é a fiadora que legitima e regula o poder. Com efeito, as interações entre o Chefe/Rei e a Rainha Mãe nas sociedades ditas matrilineares são uma construção social e cultural, ainda que se justifiquem ao nível etnobiológico pela primazia do sangue do ancestral comum que flui sem interrupção, apenas nas "veias" das mulheres de Aboussouan (família). O Chefe/Rei e a Rainha Mãe formam o ¿par políticö desse sistema de governança. Um não pode reinar sem o outro. O princípio da igualdade também ocupa lugar de destaque nessa gestão política, onde as partes feminina e masculina do poder são representadas por esses dois atores. Além disso, cada ator se beneficia de um conjunto de direitos e deveres, liberando sua responsabilidade social e cultural em equidade. Claramente, a opinião da Rainha Mãe é levada em conta tanto quanto a de seu parceiro político.
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